A energia solar fotovoltaica faz parte de uma nova realidade no mundo todo, entretanto, no Brasil a adesão se dá majoritariamente entre clientes residenciais.
A participação das residências em número de projetos instalados é da ordem de 85% e tende a aumentar ainda mais, visto que o número de contratos fechados dos clientes residenciais é significativamente superior ao das empresas, em qualquer prazo que se analise, seja ele semanal, mensal ou anual.
Em que pese que os projetos empresariais são de maior porte, de maior geração em KWh, ainda assim, cabe indagar o porquê de tão poucas companhias estarem aderindo ao sistema de energia solar se os benefícios são concretos e estatisticamente viáveis? Qual outro projeto dentro de uma empresa, independentemente de seu porte, possibilita medir diariamente o retorno do investimento e a economia gerada? Esta é a reflexão que passaremos a discutir na sequência!
Um primeiro indicativo como causa da baixa adesão seria o fato de que nem todas as empresas podem se beneficiar desta modalidade de energia em razão de sua área de atuação, tipo de negócio ou mesmo pela conformação física de suas instalações. Empresas de serviços que tem suas operações sediadas em edifícios e salas comerciais, por exemplo, não conseguem aderir à um projeto de energia solar. Porém, arrisco dizer que este é o único motivo válido.
Nada impede que qualquer empresa adote a energia solar, desde que tenha área suficiente para instalar os painéis solares, seja no telhado, seja no terreno ou até mesmo nas paredes dos edifícios, onde são instalados geradores de energia solar fotovoltaica. Neste último caso, evidentemente a produtividade das placas será menor, pois o tempo de exposição é reduzido em razão de seu posicionamento geográfico.
Um outro aspecto que normalmente é citado está relacionado ao tamanho do consumo, que seria inviável a partir de um certo volume de energia consumida num projeto desta natureza. Em parte isso é verdade, porém, qualquer tamanho de empresa, com qualquer volume de consumo, possui determinados segmentos de consumo que podem ser direcionados para um abastecimento via energia solar.
Peguemos um caso extremo como uma siderúrgica: o processo industrial demanda enormes quantidades de energia e realmente, neste caso, a energia solar não pode ser cogitada. Entretanto alguns segmentos de consumo dentro da empresa, como datacenter, iluminação, sistemas de controle e vigilância por vídeo e alarmes podem ser mantidos através de um gerador de energia solar.
A economia pode parecer pequena, mas o gesto, perante a comunidade na qual está inserida e diante de seus consumidores e parceiros produz um valor inestimável de sustentabilidade e cuidado com meio ambiente!
Já as empresas de baixo consumo, sejam pequenas, médias ou grandes, podem ser convertidas em quase 100% de sua demanda para energia solar. E, se notarmos, são estas empresas as mais expostas às flutuações na oferta de energia e dos preços.
A adoção da energia solar é uma vacina contra apagões no futuro na medida em que, somados, os quase 200 mil projetos instalados hoje geram mais de 2 Gigawatts, o que representa um certo alívio paras as nossas usinas hidrelétricas e térmicas. Portanto, é chegada a hora de aumentar significativamente a adoção desta modalidade de energia pelas empresas.
Se dobrarmos esta quantidade em dois anos, teremos mais segurança no sistema e com isso ganhamos o que interessa a todas as empresas: economia de despesas. Pense nisso!
Euclides Cerutti