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TI verde é igual à TI solar

A adoção de energia solar fotovoltaica como backup da energia convencional e em substituição aos geradores ou sistemas de No-Break para os datacenters de empresas garante não apenas segurança à equipe, como também permite que a empresa em questão obtenha o Selo Solar, ou seja, o certificado de energia limpa emitido pelo IDEAL (Instituto de Desenvolvimento de Energias Alternativas da América Latina).

O projeto de adoção de energia solar deve ser estudado e avaliado tanto no aspecto econômico, com fatores favoráveis à alta direção das empresas devido ao baixo custo em longo prazo, quanto no aspecto institucional, agregando valor à companhia, que adicionará um selo de sustentabilidade à sua marca em um mundo cada vez mais ameaçado pelas mudanças climáticas. E, claro, valorização da TI, que demonstra um alinhamento ao pensamento estratégico de longo prazo da alta gestão.

A preocupação com as questões de caráter ambiental tem aumentado a pressão sobre as empresas para que estas reduzam os impactos de suas atividades no ecossistema. Sendo assim, utilizar a energia solar para a obtenção de eletricidade, além de ser uma proteção contra o aumento das tarifas de energia, é uma forma de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, assim como outros impactos ambientais ligados à construção de empreendimentos energéticos não renováveis.

Considerando que mesmo as empresas que já estão em estágio mais avançado de Cloud Computing têm um bom volume de equipamentos de Tecnologia da Informação dando sustentação às redes locais e sistemas internos, é evidente a crescente necessidade de manter tal infraestrutura funcionando em tempo integral, demandando a alimentação energética contínua. Quando pensamos em empresas que possuem datacenters internos, vemos uma situação ainda mais crítica.

Dito isso, podemos passar a análise das alternativas de estratégias de produção contínua de energia mesmo em cenários em que há queda no fornecimento da rede padrão das concessionárias.  Ou, em um nível mais avançado, na total substituição da rede padrão de fornecimento por uma de energia alternativa. Demonstraremos a seguir como essa mudança é possível e favorável à empresa.

As alternativas para manter a infraestrutura de Tecnologia da Informação de uma empresa funcionando em caso de queda de energia não são muitas:  ou se utilizará geradores a diesel, para as estruturas maiores ou sistemas de nobreak com baterias estacionárias, que são continuamente alimentadas pela conexão à rede elétrica da empresa. Neste último caso há uma severa limitação do tempo de fornecimento de energia.

Em ambas as situações, temos um alto custo financeiro para a empresa e ecológico para o meio ambiente, sendo que, no caso dos geradores, a poluição e os custos são ainda maiores.  Apesar de no Brasil a matriz energética ser sustentada por hidroeletricidade, não podemos esquecer que tal modelo depende do regime de chuvas, e, quando o clima é desfavorável, entram em cena as termoelétricas, altamente custosas e poluentes, resultando por fim nas diferentes bandeiras tarifárias.

Do ponto de vista financeiro, manter bancos de baterias carregados a partir da alimentação da rede elétrica padrão, além de ter o custo mais alto, deixa a empresa refém dos reajustes e aumentos sazonais provocados pelo binômio “demanda x oferta” (bandeira amarela, vermelha).  No caso dos geradores a diesel, temos o alto consumo de combustível, cujo preço sofre variação semanal. Além disso, não podemos desconsiderar que há, também, a questão da poluição, superior aos demais modelos energéticos.

Com a adoção da energia solar fotovoltaica através da modalidade “Off Grid” (sustentada por um banco de baterias de lítio), é possível atacar todas as desvantagens dos sistemas tradicionais descritos acima com uma performance superior em termos de disponibilidade, custos baixíssimos em longo prazo e especialmente com baixa manutenção.  A partir da implantação do projeto, os custos passam a ser previsíveis, estáveis e declinantes ao longo do tempo.

A grande premissa aqui é um dimensionamento e formulação de projeto de qualidade. Para melhor compreensão do que se propõe, vale explicar o que vem a ser este projeto de energia solar fotovoltaica “Off Grid”: trata-se de um sistema de microgeração de energia solar conectado a um banco de baterias que, durante o dia, enquanto a luz do sol está proporcionando a geração de energia elétrica, alimenta todos os pontos de demanda de energia a ele conectados. Ao final do dia, quando o sistema deixa de gerar energia, entra em cena o banco de baterias, que foi alimentado pelo sistema de microgeração de energia durante o dia e dá sustentação ao fornecimento durante o período da noite.

É possível, ainda, manter um sistema híbrido a partir da conexão deste sistema à rede elétrica padrão do local da empresa, modalidade esta que chamamos de “On Grid”, pelo fato de estar conectado a uma concessionária.

Por fim, o Selo Solar, anteriormente mencionado, foi criado justamente para dar forma a algo que não se vê: a eletricidade. E esta informação é importante para o consumidor porque consumir eletricidade produzida a partir do sol é uma atitude inovadora, até o momento tomada por poucas empresas no Brasil.

Se trata de um investimento que visa incentivar o crescimento desta alternativa de geração energética cujos benefícios são visíveis, como a altíssima durabilidade (em média, acima de 25 anos), baixo custo de implantação, ganhos de imagem, e praticamente sem custos de manutenção.

 

Euclides Cerutti

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